A falta de de desejo sexual pode afetar os homens tanto quanto as mulheres, mas eles costumam ter mais dificuldades para encarar o tema. “A mulher é mais livre para admitir um problema na área sem que isso signifique um demérito, mas o homem costuma fazer confusão entre impulso sexual e virilidade”, explica a psiquiatra e sexóloga Carmita Abdo, presidente da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) e coordenadora do Programa de Sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
A ausência da vontade de fazer sexo pode ter causas físicas e emocionais. "Para todos os casos, existe tratamento e é possível restaurar a libido", explica o urologista Eduardo Bertero, coordenador-geral do Departamento de Andrologia e Sexualidade Humana da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia).
“Se a causa é hormonal ou medicamentosa, é mais fácil tratar; para os distúrbios emocionais, é um pouco mais complexo”, diz Bertero. “O importante é que o homem não deve ficar sofrendo. Não é vergonha nenhuma pedir apoio, pois problemas de sexualidade devem ser tratados assim como pressão alta, diabetes e outros.” Entenda as causas mais comuns para a baixa da libido em homens e como tratar.
As principais causas da perda da libido são:
Queda do hormônio testosterona
A testosterona é o principal hormônio do sexo masculino --embora seja encontrado também no organismo da mulher, só que em menor quantidade. É fundamental para o desenvolvimento dos tecidos reprodutores, como os testículos e próstata, para o aumento da massa muscular e para o crescimento de pelos, além de regular o desejo sexual. Como a taxa de testosterona no corpo vai diminuindo conforme a idade avança, essa é a principal causa de baixa libido entre os homens mais velhos. Mas os mais jovens também podem sofrer com essa baixa. Um dos sinais que podem indicar a queda do hormônio é a ausência de ereção ao acordar pela manhã. O tratamento é simples, feito com a reposição do hormônio por meio de injeções ou comprimidos, mas é necessário cuidado extra com pacientes que tenham pressão alta, debates e problemas de coração.
Uso de certos medicamentos, como antidepressivos e ansiolíticos
A inibição do desejo e do orgasmo surge como um dos efeitos colaterais mais comuns do uso dessa classe de medicamentos. Embora essa causa seja fácil de identificar, é preciso cuidado para resolver o problema porque a medicação não pode ser simplesmente retirada da vida do paciente de uma hora para outra. O médico costuma avaliar a possibilidade de substituição - existe uma grande variedade de princípios ativos a testar para diminuir os danos até que seja possível abandonar o remédio.
Depressão
O sentimento de desamparo e desânimo característico da depressão é inimigo do processo que desencadeia o desejo sexual. Quando o homem está deprimido, acaba se estabelecendo um ciclo vicioso, porque a doença leva à diminuição da libido, e a falta de sexo aprofunda a depressão. No tratamento, médico e paciente devem chegar juntos a uma medicação que não prejudique o desejo ainda mais.
Estilo de vida estressante
De acordo com especialistas, esse é o motivo que mais leva jovens ao consultório do urologista para falar da falta de vontade em fazer sexo. Em geral, homens que exageram na carga de trabalho e nas horas extras sofrem com as consequências físicas. Com toda a energia voltada às realizações profissionais, fica mais difícil sobrar disposição para o sexo.
Questões emocionais
Pacientes de qualquer idade sempre torcem pelo diagnóstico de obstáculo físico, mas existem ainda, motivos emocionais por trás do bloqueio. Para chegar à conclusão certa, é preciso investigar com profundidade as situações em que a disfunção aparece - sozinho, acompanhado, antes ou depois de eventos estressantes-- e também analisar o relacionamento em que vive. O homem pode ficar ansioso demais com uma parceira ou um parceiro novo e não conseguir se excitar, por exemplo, ou até mesmo não sentir mais tesão por determinada pessoa. Quem é mais inseguro do seu desempenho também cita preocupação de decepcionar um(a) parceira(o) mais experiente.
Nota do site: sempre importante lembrar que quando se fala em questões emocionais estamos falando de subprodutos de contingências da vida, uma vez que emoções e sentimentos não são causas e sim consequências de acontecimentos.
Fonte: UOL Vida Saudável