Aguarde por gentileza.
Isso pode levar alguns segundos...
Meu filho precisa de psicoterapia?
Fátima C. S. Conte
Professora da Universidade Estadual de Londrina
Esta é uma pergunta que muitos pais fazem, quando percebem alguma dificuldade de seu filho ou quando alguém (geralmente professores e médicos) os alerta para algo diferente que venha ocorrendo com ele.
De verdade, isso só poderá ser respondido com ajuda do psicólogo, porém os pais podem refletir sobre isso, com base em alguns critérios. Vejamos abaixo:
a) A Duração do Problema: há quanto tempo este problema persiste?
b) A Compreensão : O quanto entendemos o que está acontecendo?
c) As Tentativas e Resultados: que tentativas já fizemos para superar o problema? Qual foi o sucesso que tivemos? Quanto tempo durou a melhora?
d) As Consequências do Problema: O quanto ele afeta a vida de meu filho hoje? Afeta o desempenho e a adaptação escolar? As suas amizades? E as outras oportunidades de socialização e desenvolvimento? O quanto afeta a vida de familiares? Se o problema continuar, quais as consequências a médio e a longo prazo, em todos estes níveis?
e) A Delimitação do Problema: O problema ocorre sozinho ou é acompanhado de outros que são menores? O problema ocorre apenas em casa ou também em outros ambientes?
Tipos de queixas: meu filho apresenta algum destes problemas:
Comportamento de oposição aos pais, às suas ordens ou pedidos (podendo a criança ser clara ou disfarçadamente opositora). ;
Agressividade intensa e frequente;
Dependência e apego excessivo;
Timidez excessiva;
Ansiedade excessiva;
Dificuldades de aprendizagem e adaptação escolar;
Dificuldades em expressão de sentimentos, necessidades e de tudo o mais que acontece em seu mundinho pessoal;
Comportamento impróprio para a idade (mais infantilizado ou adulto demais);
Comportamento impróprio para o sexo;
Ausência de habilidades relacionadas ao desenvolvimento (de fala, de alimentação, dificuldades de controle de esfíncteres - xixi e coco- e distúrbios do sono).
Ao responder a estas perguntas você poderá verificar o quanto é necessário procurar a avaliação de um profissional de sua confiança, mas nem sempre a criança com tais comportamentos precisa de psicoterapia. Pode ser necessário apenas uma orientação familiar. Contudo, mesmo quando seu filho for encaminhado para psicoterapia, nada de se imaginarem como péssimos pais, ou tendo um filho(a), de alguma forma "anormal", ou ainda pensar que a psicoterapia deverá durar para sempre. Na verdade, a maioria dos "clientinhos" e suas famílias acabam solucionando suas dificuldades, descobrindo muitos recursos positivos que têm, desenvolvendo muitos outros, tornando-se mais seguros e capazes de lidar com mais tranquilidade com suas vidas.